Presidente do país e Nobel
da Paz defende criminalização da homossexualidade
Ellen Johnson Sirleaf diz que «há certos valores
tradicionais» na Libéria que devem ser preservados
Ellen
Johnson Sirleaf, presidente da Libéria e prémio Nobel da Paz no ano passado,
defendeu a lei que criminaliza a homossexualidade no seu país, durante uma
entrevista ao jornal londrino «The Guardian», em que participava também o
antigo primeiro-ministro britânico, Tony Blair, que se encontra em Monróvia.«Gostamos de
nós tal e qual como somos», disse a chefe de Estado, quando questionada sobre a
legislação liberiana, que pune com até um ano de cadeia quem participar no que
descreve como «sodomia voluntária» e que poderá ser endurecida, caso sejam
aprovados dois projetos de lei nesse sentido.«Temos certos valores tradicionais na nossa sociedade que queremos preservar»,
acrescentou Sirleaf, que foi distinguida como o Nobel da Paz pelo seu papel em
defesa dos direitos das mulheres.O jornal
salienta que Blair - que se encontra na Libéria como fundador da Africa
Governance Initiative (AGI) - ficou visivelmente incomodado com as declarações
de Sirleaf. Mas recusou comentá-las.«Uma das
vantagens de fazer aquilo que faço é que posso escolher os assuntos em que
entro e aqueles em que não entro», escudou-se.Apesar de
não haver condenações recentes relacionadas com a homossexualidade, foram
apresentados dois projetos de lei que pretendem endurecer as sentenças.Um poderá
elevar as penas até cinco anos de prisão. Outro - elaborado pela ex-mulher do
presidente Charles Taylor - tornaria o casamento homossexual punível com até
dez anos de cadeia. Jewel Howard Taylor disse ao «The Guardian» que a
homossexualidade «é uma ofensa criminosa» e algo «não africano». «É um problema
da nossa sociedade. «Consideramos o comportamento desviante sexual um
comportamento criminoso», disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário