Movimentos feminista e negro perde Márcia Santana
Porto Alegre - O movimento social, mais
especificamente o movimento feminista e o movimento social negro perdem uma
importante militante. Morreu na madrugada de desta quarta-feira (13/3), a
titular da Secretária de Políticas para as Mulheres do Rio Grande do Sul,
Márcia Santana.
Assistente social
de formação e ex-chefe de gabinete da ministra dos Direitos Humanos, Maria do
Rosário, Márcia tinha 35 anos. Segundo informações da Polícia Civil, ela estava
em casa acompanhada do marido quando começou a se sentir mal. O Serviço de
Atendimento Médico de Urgência (Samu) foi chamado mas não houve tempo. Ela já
chegou sem vida ao hospital. A causa da morte foi um infarto fulminante.
O velório foi
realizado durante toda a manhã no Salão Negrinho do Pastoreio, no Palácio
Piratini, e o sepultamento realizado no Cemitério Jardim da Paz, na zona leste
da capital.
Quem era
Natural de Porto
Alegre, Márcia Santana tinha uma longa caminhada junto aos movimentos sociais.
Foi diretora da Fundação de Proteção do Estado, presidente da Associação de
Mulheres Viamoneses Mariá, sócia-fundadora do Movimento pelo Fim da Exploração
Sexual de Crianças e Adolescentes do Rio Grande do Sul, secretária executiva da
Rede Nacional de Frentes Parlamentares em Defesa da Infância no Brasil e
assessora técnica da Comissão Parlamentar do Congresso Nacional, que investigou
as redes de exploração sexual de mulheres, crianças e adolescentes.
Um dos últimos
eventos de que participou foi nesta terça-feira, 12 de março, quando salientou
durante a posse do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social a importante
presença de mulheres no colegiado: 30% do total de titulares.
Márcia Santana
também mostrava-se feliz pela conquista, pelo Rio Grande do Sul, do Selo
Pró-Equidade de Gênero, concedido pela ONU. Trata-se de um reconhecimento de
que o Estado tem as políticas públicas adequadas para as questões de gênero e
raça.
Ela foi uma das
principais surpresas na montagem do governo Tarso Genro. Indicada pelo grupo da
então deputada Maria do Rosário, do PT gaúcho, de quem era amiga e companheira
no movimento feminista e dos direitos humanos, ganhou reconhecimento, admiração
e respeito pelo trabalho que fazia.
O governador Tarso
Genro decretou luto oficial de três dias. As cerimônias fúnebres foram
acompanhadas por centenas de militantes de movimentos sociais, secretários de
Governo e representantes do Governo Federal. A ministra da Igualdade Racial,
Luiza Bairros, também esteve em Porto Alegre para acompanhar o velório e as
últimas homenagens.
Por - Oscar Henrique Cardoso, correspondente de Afropress
em Porto Alegre/RS
Nenhum comentário:
Postar um comentário