AFRO NOTAS
Quando
Jesse Owens papou 4 medalhas nas Olimpíadas de Berlim de 1936, o facínora
Hitler saiu do Estádio para não ver a “desonra” da sua “pura raça ariana” ser
humilhada pela superioridade humana de um negro. A maioria do público alemão,
no inicio da lavagem tóxica cerebral do nazismo, também vaiou ou saiu com o seu
Fuhrer, furioso.
Nas
Olimpíadas de 68, no México, Tommie Smith e John Carlos, que conquistaram
respectivamente as medalhas de ouro e bronze nos 200 metros rasos, saudaram o
pódio e silenciaram o mundo com as luvas negras dos Panteras, grupo civil e
armado na onda daqueles anos turbulentos.
Não
se trata de consagrar a violência ou aprofundar a estúpida classificação de
seres humanos em cor da pele, cultura ou raça, já desmascarada pela Biologia.
Mas há discriminação racial ainda na política, na economia e no comportamento
social.
Balotelli
sabe disso e sofre na Europa gritos surdos de rururu (como a plateia tenta
imitar orangotangos – que quer dizer “o homem da floresta”). Ele e brasileiros
sempre levam cascas de bananas pelas costas quando vão arremessar a bola nas
laterais do campo.
Enfim,
o desabafo de Balotelli com o corpo manifesto seminu em plasma tela do estádio
e para todo mundo, camisa ao chão, como a dizer não foi a instituição seleção
de futebol que fez este gol. Este foi meu. Da minha pele. Um gol da raça!!!
Navegando
pelas primeiras páginas do mundo verifico que só O Globo, a Folha e o Bild
publicaram a foto do gol da raça. Os outros preferiram a do gol comum, com
camisa talvez para não tocar no ato manifesto intencional do jogador.
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