sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


Angolanos comemoram sexta-feira o Dia dos Mártires da Repressão Colonial

Os angolanos comemoram sexta-feira, 4 de Janeiro, o Dia dos Mártires da Repressão Colonial, com manifestações político-culturais e desportivas.
A data reveste-se de transcendente importância na história da luta de libertação nacional, uma vez que marcou o início de uma revolta contra a ocupação colonial portuguesa de cerca de 500 anos (1482-1975) e que ceifou a vida de milhares de patriotas.
Na história dos povos, há datas que, pelo seu valor cultural e alto significado histórico, se constituem em marcos indefectíveis e orientadores da vida dos homens.
O 4 de Janeiro é, com efeito, para o povo angolano uma destas datas, cujo conteúdo dos acontecimentos que o definem, continuam a inspirar gerações de filhos de Angola nas suas acções em favor da liberdade e do bem-estar, nacional e internacional.
Na verdade, 52 anos são passados desde que os trágicos acontecimentos da Baixa de Kassanje, em que mais de uma dezena e meia de milhar de homens, mulheres e crianças foram barbaramente mortos pela aviação colonial portuguesa, que sobre si descarregou bombas de Napalm.
Perante um amplo e forte movimento reivindicativo dos seus direitos de liberdade e sobrevivência, que unia os camponeses dos centros agrícolas da Baixa de Kassanje, as autoridades coloniais lançaram a sua violência contra as populações daquela região, num genocídio que geraria a comoção geral e acenderia a chama rumo a vitória contra o colonialismo português.
Desde aqueles trágicos acontecimentos, outros momentos históricos sucederam-se na vida dos angolanos.
A coragem daqueles homens, ressaltada na sua firmeza em não recuar perante a oposta tamanha violência, constituiu-se no germe gerador do movimento libertador que se despoletaria no 4 de Fevereiro de 1961 e culminaria no dia 11 de Novembro de 1975, com a proclamação da Independência Nacional.
Angop/SOL

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013



Morre o historiador baiano Ubiratan Castro em Salvador
Ubiratan Castro 
Professor tinha 64 anos e estava internado desde o mês de setembro.
Esposa diz que ele sofria de insuficiência renal.

Morreu na manhã desta quinta-feira (3) o professor e historiador baiano Ubiratan Castro, 64 anos. A mulher dele, Mária da Glória Machado, informou ao G1 que o marido faleceu por volta da 7h, no Hospital Espanhol, onde esteve internado desde o dia 30 de setembro. No início de outubro, Ubiratan foi transferido para a UTI. Segundo Maria da Glória, ele sofria de insuficiência renal. Ele deixa dois filhos e dois netos.
Ubiratan era diretor da Fundação Pedro Calmon, ligada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Segundo a assessoria do órgão, o velório vai começar às 14h, no Palácio da Aclamação, no centro da cidade. A cerimônia de cremação do corpo do historiador será realizada às 10h de sexta-feira (4), no Cemitério Jardim da Saudade.
O historiador também pertencia ao quadro de professores da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no Departamento de História da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas e foi um dos fundadores do Centro de Estudos Afro Orientais (Ceao). Atualmente, ele estava afastado da universidade para assumir o cargo de diretor da Fundação.
Formação
Ubiratan Castro era doutor em História pela Université Paris IV-Sorbonne, mestre em história pela Université Paris X-Nanterre, licenciado em História pela Universidade Católica do
Salvador e bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia. Era também membro da Academia de Letras da Bahia, onde ocupava a cadeira 33.
O professor foi presidente do Conselho para o Desenvolvimento das Comunidades Negras de Salvador e trabalhou até 2006 com o ministro da Cultura, Gilberto Gil, dirigindo a Fundação Cultural Palmares.
Ubiratan escreveu os livros "A Guerra da Bahia", "Salvador Era Assim - Memórias da Cidade e Sete Histórias de Negro". Lançou em 2009, na cidade de Cachoeira o livro de contos "Histórias de Negro".
Luto oficial
O governador Jaques Wagner lamentou o falecimento do professor e decretou luto oficial de três dias na Bahia.“Salvador e toda a Bahia perdem uma figura de grande importância para a cultura nacional. Ele nos deixa um legado inestimável de trabalho, dedicação e valorização da cultura baiana, tendo sido, também, um dos fundadores do Centro de Estudos Afro Orientais (CEAO), ligado à Universidade Federal da Bahia”, disse o governador.
Por meio de nota oficial, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia informou que Ubiratan Castro "teve destacada atuação no campo do ensino e da pesquisa em História, em especial da Bahia, e na área da gestão acadêmica e cultural, sempre atento às culturas negras". Fonte:  G1 BA