quarta-feira, 2 de maio de 2012


Mensagem do encontro dos Bispos e Agentes de Pastoral Afro – Salvador/BA

Bispos e Agentes de Pastoral Afro do Brasil, Colômbia, Equador, Haiti, Panamá e Venezuela, diante da diversidade de expressões culturais, entoaram uma posição para todos e todas, como segue:
Constatamos através da leitura da realidade que a grande maioria da população afroamericana continua vivendo em condições de pobreza e exclusão social nos diferentes países, como afirma do Documento do CELAM de Aparecida: “A história dos Afroamericanos tem sido atravessada por uma exclusão social econômica, política e, sobretudo racial onde a identidade étnica é fator de subordinação social” (DAp 96), o que nos desafia na ação eclesial mais efetiva visando a superação destas realidades que implicam em um a vida de privações e dificuldades.
A luta pela inclusão social e a superação do racismo que atinge os afroamericanos está no horizonte missionário da Igreja, pois “A missão evangelizadora da Igreja abraça com o amor de Deus a todos e especialmente os pobres que sofrem. Por isso não pode separar-se da solidariedade com os necessitados e da promoção humana integral... Os pobres são os destinatários privilegiadas do Evangelho e um Bispo, modelado a imagem do Bom Pastor, deve estar particularmente atento em oferecer o divino balsamo da fé sem descuidar do pão material” (DAp 550).
Partilhamos com alegria as diferentes iniciativas de revitalização da cultura de origem africana na América Latina e no Caribe, processo reconhecido e apoiado pela CELAM de Aparecida que reconhece nos Afroamericanos a riqueza trazida para o continente manifesta na expressividade corporal, enraizamento familiar e sentido de Deus (DAp 56).
Reafirmamos que a Pastoral Afro é uma opção da Igreja Latinoamericana e Caribenha, que tem sido assumida pelo magistério e expressa nas diferentes Conferências Gerais. Não se trata de mera  expressão emotiva, nostálgica e folclórica; nem um caminho eclesial isolado e paralelo, nem um movimento reivindicativo, nem uma utopia política ou uma expressão do racismo ou sectarismo á inversa, se não, na Igreja um espaço de comunhão, inculturação e participação na sociedade, um espaço de mutua estima, reconciliação, solidariedade e fraternidade.
Iluminados pelas CELANS de Santo Domingo e Puebla, e pela trajetória eclesial dos Afrodescendentes na América Latina e no Caribe, expressadas nos Encontros de Pastoral Afroamericana – EPAs, projetamos o futuro através das linhas pastorais, elaboradas a partir do primeiro encontro dos Bispos, realizado em Quito, Equador em setembro de 2002, que foram revisadas e atualizadas neste encontro à luz da CELAM de Aparecida.
Reiteramos o nosso compromisso de caminhar em comunhão com as decisões pastorais do Episcopado Latinoamericano, aprofundando a opção pela pastoral de conjunto e a missão continental, plasmadas pela necessária conversão pastoral, desafio de toda a Igreja.
Sob a proteção de Nossa Senhora de Guadalupe e guiados pelo Cristo Bom Pastor, rogamos as bênçãos de Deus as Igrejas particulares presentes na América Latina e Caribe.
Bispos e Agentes de Pastoral Afroamericana presentes no encontro.

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