Mensagem do encontro
dos Bispos e Agentes de Pastoral Afro – Salvador/BA
Bispos e Agentes de Pastoral Afro do Brasil, Colômbia,
Equador, Haiti, Panamá e Venezuela, diante da diversidade de expressões
culturais, entoaram uma posição para todos e todas, como segue:
Constatamos através da
leitura da realidade que a grande maioria da população afroamericana continua
vivendo em condições de pobreza e exclusão social nos diferentes países, como
afirma do Documento do CELAM de Aparecida: “A história dos Afroamericanos tem
sido atravessada por uma exclusão social econômica, política e, sobretudo
racial onde a identidade étnica é fator de subordinação social” (DAp 96), o que nos desafia na ação
eclesial mais efetiva visando a superação destas realidades que implicam em um
a vida de privações e dificuldades.
A luta pela inclusão
social e a superação do racismo que atinge os afroamericanos está no horizonte
missionário da Igreja, pois “A missão evangelizadora da Igreja abraça com o
amor de Deus a todos e especialmente os pobres que sofrem. Por isso não pode
separar-se da solidariedade com os necessitados e da promoção humana
integral... Os pobres são os destinatários privilegiadas do Evangelho e um
Bispo, modelado a imagem do Bom Pastor, deve estar particularmente atento em
oferecer o divino balsamo da fé sem descuidar do pão material” (DAp 550).
Partilhamos com
alegria as diferentes iniciativas de revitalização da cultura de origem
africana na América Latina e no Caribe, processo reconhecido e apoiado pela
CELAM de Aparecida que reconhece nos Afroamericanos a riqueza trazida para o
continente manifesta na expressividade corporal, enraizamento familiar e
sentido de Deus (DAp 56).
Reafirmamos que a
Pastoral Afro é uma opção da Igreja Latinoamericana e Caribenha, que tem sido
assumida pelo magistério e expressa nas diferentes Conferências Gerais. Não se
trata de mera expressão emotiva,
nostálgica e folclórica; nem um caminho eclesial isolado e paralelo, nem um
movimento reivindicativo, nem uma utopia política ou uma expressão do racismo
ou sectarismo á inversa, se não, na Igreja um espaço de comunhão, inculturação
e participação na sociedade, um espaço de mutua estima, reconciliação,
solidariedade e fraternidade.
Iluminados pelas
CELANS de Santo Domingo e Puebla, e pela trajetória eclesial dos
Afrodescendentes na América Latina e no Caribe, expressadas nos Encontros de
Pastoral Afroamericana – EPAs, projetamos o futuro através das linhas
pastorais, elaboradas a partir do primeiro encontro dos Bispos, realizado em
Quito, Equador em setembro de 2002, que foram revisadas e atualizadas neste
encontro à luz da CELAM de Aparecida.
Reiteramos o nosso
compromisso de caminhar em comunhão com as decisões pastorais do Episcopado
Latinoamericano, aprofundando a opção pela pastoral de conjunto e a missão
continental, plasmadas pela necessária conversão pastoral, desafio de toda a
Igreja.
Sob a proteção de
Nossa Senhora de Guadalupe e guiados pelo Cristo Bom Pastor, rogamos as bênçãos
de Deus as Igrejas particulares presentes na América Latina e Caribe.
Bispos e Agentes de
Pastoral Afroamericana presentes no encontro.
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