terça-feira, 3 de julho de 2012


AFRO NOTAS
Quando Jesse Owens papou 4 medalhas nas Olimpíadas de Berlim de 1936, o facínora Hitler saiu do Estádio para não ver a “desonra” da sua “pura raça ariana” ser humilhada pela superioridade humana de um negro. A maioria do público alemão, no inicio da lavagem tóxica cerebral do nazismo, também vaiou ou saiu com o seu Fuhrer, furioso. 
Nas Olimpíadas de 68, no México, Tommie Smith e John Carlos, que conquistaram respectivamente as medalhas de ouro e bronze nos 200 metros rasos, saudaram o pódio e silenciaram o mundo com as luvas negras dos Panteras, grupo civil e armado na onda daqueles anos turbulentos.
Não se trata de consagrar a violência ou aprofundar a estúpida classificação de seres humanos em cor da pele, cultura ou raça, já desmascarada pela Biologia. Mas há discriminação racial ainda na política, na economia e no comportamento social.
Balotelli sabe disso e sofre na Europa gritos surdos de rururu (como a plateia tenta imitar orangotangos – que quer dizer “o homem da floresta”). Ele e brasileiros sempre levam cascas de bananas pelas costas quando vão arremessar a bola nas laterais do campo.
Enfim, o desabafo de Balotelli com o corpo manifesto seminu em plasma tela do estádio e para todo mundo, camisa ao chão, como a dizer não foi a instituição seleção de futebol que fez este gol. Este foi meu. Da minha pele. Um gol da raça!!!
Navegando pelas primeiras páginas do mundo verifico que só O Globo, a Folha e o Bild publicaram a foto do gol da raça. Os outros preferiram a do gol comum, com camisa talvez para não tocar no ato manifesto intencional do jogador.

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