4 de Fevereiro constitui data histórica para os angolanos
A província do Cunene, localizada no sul de Angola, acolhe nesta quarta-feira o ato central das celebrações do 48º aniversário do início da luta armada de libertação nacional, que decorrerá sob o lema "Pela reconstrução nacional honremos os nossos heróis".
A 4 de Fevereiro de 1961, patriotas ligados ao MPLA, actual partido no poder, desencadearam um ataque contra a Cadeia de São Paulo e a Casa de Reclusão, em Luanda, dando início a Luta Armada que culminou com a proclamação da independência de Angola, em 11 de Novembro de 1975.
Segundo algumas fontes, no ataque deveriam participar duas mil e cem pessoas, mas as detenções efetuadas pela polícia política fiel ao então regime de Salazar nos dias anteriores à acção revolucionária, na sequência de denúncias, fizeram reduzir o número para pouco mais de 200 intervenientes.
As fontes citam Paiva Domingos da Silva, Imperial Santana, Virgílio Sotto Mayor e Neves Bendinha (já falecidos), como alguns dos responsáveis pela coordenação do assalto, cujos preparativos começaram em Outubro de 1960.
A arrojada acção tinha como objectivo primário libertar os presos políticos angolanos que se encontravam encarcerados nas cadeias visadas, acusados pelas autoridades coloniais de actividades subversivas.
Os participantes ao ataque foram treinados sobre questões mais práticas, por exemplo como manejar os instrumentos que seriam utilizados, principalmente catanas, ou desarmar um sentinela, segundo relatos das testemunhas.
As informações disponíveis revelam que os treinos decorriam a noite, na zona de Cacuaco, arredores de Luanda, e quando começaram a recear infiltrações de indivíduos ligados à polícia política portuguesa, mudou-se para o Cazenga.
Neste último local foi erguido um monumento denominado "Marco Histórico do 4 de Fevereiro", inaugurado em 19 de Setembro de 2005, em homenagem aos heróis tombados pela causa da independência.
As fontes indicam que a escolha da data do ataque (4 de Fevereiro) teve em atenção o facto de se encontrarem em Luanda, na altura, jornalistas estrangeiros que aguardavam a chegada do paquete Santa Maria, assaltado alguns dias antes no alto mar por um grupo liderado por Henrique Galvão, um oposicionista do regime de Salazar.
"Quando ficou claro que o navio não viria para Luanda e os jornalistas começaram a preparar-se para abandonar a capital angolana, os nacionalistas decidiram lançar o ataque antes que fossem todos embora para chamar a atenção da comunidade internacional sobre a repressão que se vivia no país", sublinham.
A presença dos jornalistas garantiu a projecção mediática internacional do assalto dos nacionalistas angolanos que, vestidos de negro e armados com paus e catanas, atacaram os guardas da Cadeia de São Paulo e da Casa de Reclusão de Luanda, sustentam as fontes.
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