quinta-feira, 30 de maio de 2013



ESSES IDOSOS NEGROS REPRESENTAM A PRÓPRIA MENSAGEM

Antonio Lúcio, Carlos Alberto Caó dos Santos, Carlos de Assumpção, Charles Moore, Eduardo de Oliveira, Haroldo Costa, Milton Gonçalves, Nei Braz Lopes, Ruth Botelho Guimarães, Oswaldo de Camargo. Esses idosos negros – modelos de velhices ativas, referências intelectuais e ícones sociais – são os abordados na dissertação de mestrado da jornalista Sônia Maria Pereira Ribeiro.
São profissionais que atuam ora conjuntamente ora alternadamente no jornalismo, na literatura, nas artes, no magistério, na política e em outras atividades, com olhar e postura voltados para a promoção da igualdade racial. Para tanto, utilizam diferentes meios de produção e divulgação do conhecimento, tais como: publicação de livros; elaboração de artigos para jornais, revistas e mídias convencionais e eletrônicas; depoimentos e entrevistas em rádio e TV; ministério de cursos, palestras e seminários; magistério em faculdades e universidades; atuação no teatro, televisão e cinema; sites e blogs, sempre transitando da oralidade à comunicação virtual. Com isso, comprovam que velhice não é sinônimo de incapacidade intelectual, de desconhecimento de avanços ou de esquecimento do passado, pois em suas obras e em suas vidas adotam tanto o tradicional quanto o ultramoderno. 
Ressalte-se que, a obra e as atuações desses profissionais, são reconhecidas nacional e internacionalmente, e ultrapassam os limites da transmissão de informações e da divulgação de costumes conservados no Brasil, o que os tornam referência para os afrodescendentes da diáspora africana. E registre-se que, esses negros, há mais de meio século têm contribuído para a formação da cultura nacional e para transformações sociais ocorridas na sociedade brasileira. Enfim, são pessoas que alcançaram (gozam) de êxito profissional, reconhecimento acadêmico, prestígio internacional e respeito pessoal, a despeito do racismo para com os negros e do preconceito para com os idosos. 
Para a autora da dissertação, as ações desses idosos negros são ações políticas, uma vez que elas visam transformações sociais; além disso, são atos de comunicação. E, em combinação, as ações desses negros em idade avançada configuram um SISTEMA ABERTO E INFORMAL DE COMUNICAÇÃO VOLTADO PARA A PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL. 
Segundo a autora, esse Sistema de Comunicação teve início de maneira espontânea, isto é, a partir do momento em elas – as ações de os mesmos – passaram a se interagir e a se afetarem mutuamente. 
Ainda para a autora do estudo, as linhas de raciocínio que orientam o referido Sistema, são: “A história é a memória de um povo”; “Não se pode viver com a memória do outro”; “Toda verdade histórica há de ser fundada sobre provas”; O conhecimento da própria história pode levar a uma catarse libertadora”. É importante observar que essas linhas de raciocínio remetem ao pensamento do historiador africano Joseph Ki-Zerbo; logo, a fundamentação dos argumentos apresentados pela autora tem como referência esse autor africano da contemporaneidade.

E considerando a própria biografia de cada um dos retratados, a autora da dissertação, afirma que: ESSES IDOSOS NEGROS REPRESENTAM A PRÓPRIA MENSAGEM.


Por - Sônia Maria Pereira Ribeiro

Jornalista, 

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